Deve a população em geral usar máscara para se proteger e aos outros?

Tanto a Organização Mundial da Saúde como a Direção Geral de Saúde (DGS), bem como outros organismos como o CDC norte-americano (Centers for Disease Control and Prevention), têm repetidamente defendido que a população em geral saudável não tem necessidade de usar máscara, a não ser que apresente sintomas de infeção respiratória.
Mas, em fase de transmissão ativa do novo coronavírus na comunidade e face a novos dados que mostram elevadas taxas de transmissão de pessoas infetadas, mas que não apresentam sintomas, estas diretrizes oficiais estão a ser debatidas e revistas.
No dia de ontem, a DGS emitiu uma nova orientação sobre a utilização destes equipamentos de proteção individual, na qual alarga a utilização de máscaras cirúrgicas a novos grupos profissionais e doentes imunossuprimidos. Não deixa de recomendar, no entanto, que a prioridade para fornecimento e utilização de máscaras deve continuar a ser dada aos profissionais de saúde.
No entanto, a avaliação de resultados das medidas adotadas na China e na República Checa que, desde os primeiros momentos da pandemia tornaram obrigatório o uso generalizado de máscaras com sucesso, e o conhecimento de que o coronavírus é provavelmente mais infeccioso que a gripe e que algumas pessoas que estão infetadas transmitem o vírus provavelmente até dois dias antes de apresentarem sintomas (pré-sintomáticos), obrigam-nos a refletir nestas recomendações de forma crítica e a perceber que o uso generalizado de máscaras no espaço público pode constituir um valor adicional em termos de proteção e combate à transmissão do COVID-19.
Neste sentido, a CDC reviu a sua posição e recomendou aos americanos que usem cobertura facial no espaço público, não deixando de reforçar a observação das regras básicas de distanciamento social, do uso responsável de equipamentos de proteção individual (EPI) e mantendo a prioridade de reserva deste equipamento para profissionais de saúde.
A minha opinião sobre este assunto vai ao encontro destas recomendações. Se tiver necessidade imperiosa de sair de casa, proteja o seu rosto, mas não esqueça por favor:
– Antes de colocar a máscara ou outra proteção, lave muito bem as mãos (20 segundos), com água e sabão ou com uma solução à base de álcool;
– Coloque a proteção segundo as regras de colocação na embalagem (no caso de EPI) e ajuste bem ao nariz de forma a cobrir bem a boca, o nariz e queixo. É importante não deixar folgas;
– Nunca, mas nunca deve tocar na máscara com as mãos (com ou sem luvas);
– Se a máscara estiver húmida, pela respiração ou chuva, deve trocá-la por outra imediatamente;
– A máscara (ou outro equipamento de proteção de uso único e seguro) deve ser descartada e deitada ao lixo (no contentor de resíduos) após o uso. Todos os outros tipos de proteção de uso continuado devem ser desinfetados conforme instruções do fabricante. No caso de coberturas faciais, como écharpes, devem ser imediatamente lavadas com água e sabão;
– Para retirar a máscara ou outro tipo de proteção, deve desatar o nó atrás da cabeça com cuidado ou retirá-la pelos elásticos, sem nunca tocar na frente ou sacudi-la; deitar imediatamente ao lixo ou lavar com água e sabão, se o material for lavável;
– No final, as mãos devem ser de novo higienizadas;
– Em caso de deficiência respiratória, deve consultar o seu médico assistente para recolher indicações sobre o uso de proteção mais adequada;
– Nunca se esqueça que, mesmo com a face protegida, deve manter imperiosamente o distanciamento social de 2 metros em espaços fechados.
Sobre o fabrico de máscaras em casa, ver aqui .
Fique em casa. Proteja-se a si e aos outros.
Se sair à rua por necessidade imperiosa use máscara, sempre.
Passe bem e cuide de si e dos outros.